CINQUENTA
Desde a infância ficava intrigada,
como seria ter cinquenta anos?
Sentia que estava muito distante,
como o horizonte onde o sol se põe.
Os anos foram passando,
fui envelhecendo,
descobri ano após ano,
que não existe destino.
A caminhada se faz ao caminhar,
nos passos que damos a cada dia,
e que ninguém nos tire o poder da escolha,
do pensar, do ser e do viver.
Uma coisa é certa, não cheguei aqui sozinha,
junto comigo: papai e mamãe
família, amigos, professores
e o bom Deus a me guiar.
O espelho fiel da balança,
mostra a menina, a moça e a mulher
ainda com uma fome e sede excessivas
de bem viver, de aprender e sonhar.
Talvez isto traduza
uma certa plenitude feminina,
serena e tempestuosa de ser quem sou
e ainda estar sempre em metamorfoses.
(Noemi N. Ansay)
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