Se eles não existissem… A vida seguiria tranquila, sem preocupações, incômodos e inconvenientes. Afinal, para que precisamos deste “outro” que desafia nossas convicções, que coloca em xeque nosso modelo de sociedade homogênea, nosso conforto, nossas vagas, nosso tão almejado ideal de “perfeição”?
Ah… se eles não existissem, não precisaríamos nos incomodar em fazer rampas de acesso, contratar profissionais, pagar intérpretes de LIBRAS, fazer adaptações curriculares, ampliar textos, modificar os ambientes, fazer mais reuniões, provas diferenciadas, organizar cursos de capacitação, aprender novas formas de comunicação. Não precisaríamos dar a vez, o lugar, ser gentis e educados. E ao invés de nos tornarmos mais humanos, mais generosos, tornar-nos-íamos mais irracionais, egoístas, odiosos, desprovidos de compreensão, amor e beleza. A arte de ser gente passaria longe de nós.
n.n.a
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