Ninguém foi capaz de ver sua beleza,
o brilho dos olhos, a alma quebrada e o corpo ferido,
o nó na garganta, o choro contido, o acabrunhamento.
Os passantes não pararam,
nem o levita, nem o sacerdote.
A tempestade desabou sobre todos,
os olhos castanhos gritaram,
mas ninguém ouviu sua voz.
Atrás das nuvens de chumbo,
um arco coloriu o céu,
e o cheiro da terra molhada,
fez renascer a vida,
a bondade fez brotar esperança,
na terra ainda habitavam
raros samaritanos.
n.n.a
Foto: Metrô de São Petesburgo/Rússia
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